terça-feira, 8 de julho de 2014

Rejeito de Serra Pelada será beneficiado

“Montoeira” Projeto visa à otimização da  produção do mineral em rejeitos

A empresa que fará o beneficiamento da montoeira no garimpo de Serra Pelada, a GASP100, renova as esperanças de 38 mil sócios da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp). O projeto de instalação da empresa foi apresentado em cerimônia em Curionópolis, município onde está localizada Serra Pelada, no dia 26 de junho.

A montoeira é o rejeito, sobras ou lama oriundo da exploração manual do ouro no local na década de 1980, que foi depositado ao redor e, depois da inundação, no interior da cava. Nela se encontra o minério secundário, partículas de ouro que escaparam do beneficiamento manual que era feito pelos garimpeiros no passado.

De acordo com o interventor judicial da Coomigasp e responsável por autorizar o início dos serviços da montoeira, Marcos Alexandre Mendes, o contrato com a GASP100 “representa a mudança da imagem de Serra Pelada, que era visto como um lugar problemático para um espaço no qual o investidor é bem acolhido, numa parceria transparente e honesta”.

Com isso, Mendes faz referência a contratos assinados anteriormente pela cooperativa e que prejudicaram os garimpeiros, como o que foi realizado com a Colossus Minerals, do Canadá, para a exploração mecanizada do ouro na área que se estende a sudoeste da cratera aberta nos anos 1980, mas que por se encontrar misturado a uma camada de argila precisa de técnicas modernas de extração. A Colossus paralisou o projeto em dezembro do ano passado, após insolvência financeira internacional.

Por isso, agora neste contrato com a GASP100 foram redobrados os cuidados jurídicos para que a Coomigasp não seja prejudicada. “Este contrato havia sido aprovado em assembleia de garimpeiros em 2013, antes da intervenção, por isso, desde fevereiro quando retomamos esse processo, foi realizado um exame minucioso do contrato pela equipe jurídica da Coomigasp a fim de eliminar "entrelinhas" que pudessem prejudicar os cooperados. Um exemplo é que fica garantida à cooperativa 44% dos dividendos sobre o valor bruto.

Depois foram feitas análises técnicas relativas às questões ambientais e a forma de operação pela GASP100, assim como a interação com os  garimpeiros sobre o assunto para não ocorrer os mistérios e segredos existentes, segundo os próprios cooperados, nas tratativas preliminares com a Colossus”, relatou o interventor Marcos Alexandre. O serviço na montoeira está dividido em etapas.


Neste primeiro momento a GASP100 irá “executar um trabalho piloto de 4 meses para estabelecer a sistemática de trabalho que permitirá encontrar o modus operandi para otimizar a produção do ouro existente no rejeito/montoeira, que se divide em dois ambientes: a montoeira seca, na superfície, e a existente no fundo da antiga cava, esta com possibilidade de se recuperar uma quantidade maior do metal precioso”, explica o interventor da Coomigasp. E completa: “O contrato não tem prazo determinado e o quantitativo de metal existente será mensurado durante esse trabalho piloto, tendo em vista a inexistência de um trabalho conclusivo a respeito”.

* Fonte: Jornal O Liberal/ Caderno Poder (07/07/2014)

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